Justiça suspende processo contra Marconi Perillo e Cachoeira na Operação Monte Carlo
Medida foi tomada com base em decisão do STF, que interrompe temporariamente investigações que usam dados do Coaf sem autorização judicial.
Marconi Perillo e Carlinhos Cachoeira são beneficiados com decisão da Justiça — Foto: Reprodução/TV Anhanguera/Fernando Frazão/Agência Brasil
A Justiça suspendeu um processo contra o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o contraventor Carlinhos Cachoeira dentro da Operação Monte Carlo. Eles são investigados por corrupção. A decisão foi baseada em uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão de ações que usaram dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização judicial.
A Operação Monte Carlo, que começou em 2012, revelou um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Foi investigado o pagamento de propinas e recebimento de vantagens indevidas envolvendo políticos e empresários.
A decisão foi tomada pelo juiz Ricardo Prata. Além de Perillo e Cachoeira, foram beneficiados com a medida Fernando Cavendish e Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta.
No texto, o magistrado aponta que “fora determinado pelo Supremo Tribunal Federal a suspensão de todos os processos judiciais e inquéritos em andamento que originaram-se de informações compartilhadas pelos órgãos administrativos de fiscalização e controle, o que verifica ocorrer no caso dos autos”.
A defesa de Carlinhos Cachoeira disse que está satisfeita com a decisão e espera que o efeito dela também seja aplicado aos outros processos envolvendo a operação. “Estamos fazendo esse pedido para todas as ações derivadas da Operação Monte Carlo, acreditamos que ela tem vícios, nasceu de um relatório do Coaf não autorizado judicialmente”, disse o advogado Kowalsky Ribeiro.
A defesa do ex-governador Marconi Perillo informou que não vai se manifestar sobre o caso.
O reportagem tentou contato por telefone e mensagem com o advogado que representa Cláudio Abreu, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem. A equipe não conseguiu contato com a defesa de Fernando Cavendish.
A decisão do ministro Dias Toffoli que suspende temporariamente as investigações que se originaram com base em informações do órgão de controle financeiro foi tomada em julho desse ano. A sentença atendeu a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), após o relatório apontar movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, que havia atuado como motorista e assessor de Flávio Bolsonaro à época em que o parlamentar do PSL era deputado estadual.
Por Vitor Santana, G1 GO
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