O felino mudou de penugem até se tornar inteiro juba: a lua cheia no céu de Jataí na noite de 31 de dezembro para 1º de janeiro foi vista apenas pela direção da entidade
| Foto: Divulgação Sintego
É a desestatização mais rápida da história mundial: apenas duas semanas após a posse, o governador Ronaldo Caiado promoveu a primeira privatização de seu mandato, a do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado. Nos quatro governos de Marconi Perillo, o Sintego era um departamento ligado ao chefe do Poder Executivo, uma repartição peleguenta do tipo 6 num mexe comigo, eu não mexo co6; Marconi é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo; Marconi não tem defeito, Caiado se não tiver eu invento.
O felino mudou de penugem até se tornar inteiro juba: a lua cheia no céu de Jataí na noite de 31 de dezembro para 1º de janeiro foi vista apenas pela direção da entidade, uma pelegada que ganhou força mágica e de, plunct!, plact!, zuum!, virou liderança sindical sem prestígio algum e de miquinho amestrado se transformou em gorila aterrador.
Bruxarias à parte, o Sintego se omitiu em graves momentos durante os mandatos de Marconi. Caiado sacudiu a moita, o sindicato saiu de trás meio agachado, limpando as partes, deixou de miar e passou a rugir, estava de joelhos, se levantou mais bravo que siri na lata.
Onde estava o Sintego quando o marconismo usou o dinheiro da Educação para pagar a folha geral? Agora, o sindicato quer fazer greve porque o marconismo não deixou dinheiro para os salários de dezembro. À época, houve um crime com a verba federal do setor e a entidade que representa os profissionais ficou atrás da moita vendo a morte da bezerra.
Os dirigentes arrotam números para rebater Caiado, mas se omitiram quando o blogdojlb.com.br, do jornalista José Luiz Bittencourt Filho, informou que o então secretário de Educação, Marcos das Neves, o Tucano, havia se demitido por discordar do uso indevido dos recursos do transporte escolar. Em vez de mandar os caraminguás da locomoção dos alunos, o marconismo pagou salários. E o Sintego? Ficou mais tucano que o secretário no apelido e que a ave do PSDB.
(Aqui não há referência a José Eliton porque ele não chegou a ser governador, foi apenas o coveiro que pegou na alça do caixão entregue por Marconi com o Estado lá dentro já mortinho da silva. Conduziu o cadáver de 340.086km² deixado por Marconi e seu maior erro foi não expor as vísceras envenenadas por corrupção, incompetência e má gestão herdadas de seu dono. O papel de fantoche não lhe proporcionou nada de bom, nem voto: conseguiu ficar atrás até do ex-jogador de futebol Daniel Pastinha. Ser pau-mandado não lhe premiou sequer a obediência, pois agora é inimigo ferrenho de seu criador – Demóstenes Torres apenas o indicou para ser vice na chapa em 2010, mas Marconi se tornou seu pai político desde então.)
O site do Sintego, de audiência menor que a das emissoras do Estado, foi a única tribuna usada, numa nota insípida e escrita mal e porcamente como de hábito, quando o marconismo aprovou na Assembleia e sancionou, no finzinho de novembro passado, a lei complementar 171, opa!, 147, para incluir aposentadorias e pensões como investimento a preencher a exigência constitucional da Educação. Ninguém falou em greve geral, ninguém desenhou palavras de ordem em cartolina, ninguém bolou uma hashtag engraçada para achincalhar, ninguém chamou de caloteiro nem fez rimas desairosas contra o governador. Mês e pouco depois de assistirem impassíveis a essa inconstitucionalidade, olhem lá os corajosos do Sintego com cartazes pintando e bordando com o nome de Ronaldo Caiado. Um gaiato disse ter visto vários drones sobre os manifestantes na Assembleia enquanto bradavam contra a vítima de Marconi – como havia bico em todos, suspeita-se que fossem tucanos sobrevoando seus mamutes domesticados.
O Estado não tem obrigação de manter o ensino fundamental, mas há milhares de alunos em seus colégios cursando o 1º grau antigo. A nova secretária de Educação intensifica as tratativas com os municípios, que vão assumindo o seu dever de cuidar de crianças e pré-adolescentes. Pronto!, virou um pandemônio, que fulana está acabando com a escola em tempo integral, que isso e aquilo e aquilo outro. Nenhuma palavra sobre as prefeituras, todos os palavrões contra o Estado. Onde estavam esses destemidos quando o marconismo, ainda em primeiro mandato, acabou com 100% dos cursos profissionalizantes que funcionavam nos colégios estaduais? O Sintego pagou colégios particulares para os jovens pobres que pretendiam fazer Contabilidade, Administração, Enfermagem e outros cursos técnicos? Não, ficou de bolso fechado e bico (enorme) fechadíssimo.
Alguns falam também sobre a Bolsa Universitária, que transferiu R$ 2 bilhões dos cofres públicos para as burras dos donos de faculdades. Até jegue amarrado em beira de GO sabe que o programa começou blz e até hoje continua sqn. A tática dos malandros: a instituição de ensino superior aumenta a mensalidade no valor do benefício; se o governo pagar, tudo bem; se não pagar, bem também; quando pagar, embolsa e tá mais do que bem. Não se ouviu um resmungo do Sintego ao se conhecerem os desvios da bolsa em forma de panela. O marconismo deixou atrasar R$ 80 milhões e a máfia das IES vem pra cima do Caiado, com auxílio dos inocentes-úteis que querem enriquecer ainda mais os culpados-inúteis. Saiam pra lá, capetas! Vade retro!
Educação é o maior valor de um povo e deve ser prioridade na rotina de aplicação dos recursos, com interface em obras, esporte, lazer, economia, saúde, cidadania etc. Seus profissionais precisam de uma entidade forte para os representar. Mas não igual à atual camarilha do Sintego, que se importa com o tamanho do bico, não com o que o governante abocanha.
Por Nilson Gomes do jornalopcao
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