Por Valdirene Carrera |
Vivemos um momento atípico no país que põe a prova a forma como o ser humano lida com as limitações de ir e vir, de espaço, de sociabilidade e de convivência entre as pessoas.
Humanizar a ação nos espaços de casa e do trabalho é o maior desafio em tempo de pandemia. Por isso, a Pró-Saúde atentou-se aos cuidados dos seus colaboradores, principalmente os que estão atuando na linha de frente do cuidado ao paciente.
Em situações como esta, é preciso pensar a humanização em sua condição mais ampla, conforme prevê a Política Nacional de Humanização: cuidado ao paciente, família e equipe.
Apesar da necessidade de se atentar ao impacto emocional sofrido pelos usuários frente a pandemia, é ainda mais importante prevenir e intervir no impacto causado aos profissionais de saúde.
A Pró-Saúde, por preconizar um dos seus valores a humanização, pensou em atitudes solidárias e humanizadas aos seus colaboradores, disponibilizando um canal de comunicação no portal on-line, para que amigos, familiares e colegas possam deixar vídeos, palavras, mensagens de apoio e solidariedade aos profissionais de saúde.
Outro fator importante neste período é a saúde mental dos profissionais. Um vídeo produzido pela entidade com diferentes psicólogos que atuam nas unidades de saúde, compartilha dicas e fala sobre a importância desses cuidados.
Os psicólogos têm o papel de mediador, identificando as principais demandas que geram impacto na saúde mental, dando suporte de modo direto no processo de adoecimento e de incremento dos recursos de enfrentamento dos envolvidos.
Diante deste universo, entendemos a importância do esforço coletivo e contínuo dos profissionais. Para a organização, o capital humano tem que ser cuidado e valorizado, com atenção à saúde e às necessidades do momento.
O cuidado estende-se a este profissional que atua cotidianamente amparado pelas práticas de humanização e compromisso com valores consolidados de bem comum — fica evidente a indissociabilidade deste plano individual do plano coletivo.
Sabemos que a relação de cuidado entra nas três dimensões — paciente, família e profissionais de saúde, mas, neste caso, queremos atingir a individualidade deste cuidado.
Pensando neste profissional como ser único, como sujeito de “de carne e osso” que constitui este coletivo, mas que necessita de um olhar mais próximo, acolhedor e empático.
Esta relação mais próxima reflete na atuação no coletivo, no ambiente de trabalho com pacientes, familiares e pares, cria um clima mais harmônico e leve.
Não se cuida efetivamente de colaboradores sem cuidar e refletir as necessidades das pessoas, das populações. Não há verdadeira saúde pública ou privada que não passe por um atento cuidado de cada um de seus sujeitos.
Valdirene Carrera, Coordenadora de Filantropia da Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar e especialista em Saúde Pública
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