Vítima era moradora de rua e foi morta após mãe ser assassinada em disputa comercial. Investigação apontou que morte ocorreu por causa de dívida de drogas.
Douglas Machado de Abreu, filho da cozinheira Marizete (Foto: Sílvio Túlio/G1)
O morador de rua Saulo da Silva Sales foi absolvido da acusação pela morte do também morador de rua Douglas Vinícius Machado de Abreu. Conforme investigação, o rapaz foi assassinado por causa de dívida de drogas em janeiro de 2017. A vítima era filha da cozinheira Marizete de Fátima Machado, de 53 anos, morta por disputa comercial entre pamonharias em 2015.
O julgamento que absolveu Saulo ocorreu na terça-feira (29), em Goiânia, e foi presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. Cabe recurso da decisão. Por consequência da absolvição dele, o suposto colega do acusado, João Santos de Jesus, também foi absolvido. O acusado respondia pelo homicídio preso e a decisão determina a expedição do mandado de soltura dele.
O G1 não localizou a defesa de Saulo para comentar o caso e informar se ele já foi liberado ou aguarda cumprimento do mandado de soltura.
Crime
A denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informa que Douglas foi morto a facadas na madrugada do dia 24 de janeiro de 2017, em Goiânia. Conforme a investigação, vítima tinha dívida com o acusado, ambos moradores de rua, o que teria motivado o crime.
Douglas era filho da também vítima de assassinato Marizete de Fátima Machado. A mulher foi morta no dia 29 de março de 2015 por disputa comercial na capital, já que a vítima trabalhava em um estabelecimento concorrente ao dos acusados.
Após júri popular, a comerciante Sueide Gonçalves da Silva, de 56 anos, foi condenada a 17 anos de prisão, e seu filho, o também comerciante Willian Divino da Silva Moraes, de 28 anos, a 15 anos, ambos pela morte da cozinheira.
Cozinheira Marizete Machado não resistiu e morreu (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Morte de pamonheira
Conforme a investigação, Marizete foi obrigada a entrar em um carro e levada até um matagal em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. Ela foi baleada e queimada.
Mesmo ferida, a cozinheira caminhou cerca de 2 km e conseguiu pedir ajuda. Ela teve mais de 40% do corpo queimado e morreu após dois dias internada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Filho de Marizete, Douglas conversou com a mãe antes de ela morrer. A cozinheira reforçou a autoria do crime. "Ela [a mãe] me chamou, perguntou se eu estava bem, que era para eu tomar cuidado, que ela [Sueide] ia me matar e o dono da pamonharia. Dei um beijo nela toda machucada, ela falou que foi ele e a mãe dele", contou.
Logo após a morte da mãe, no dia 3 de abril de 2015, Douglas chegou a ser preso por incendiar o estabelecimento que pertencia aos suspeitos do crime. Chorando, ele lamentou a perda da mãe e afirmou que não era criminoso. “Você acha que eu fiz isso porque sou bandido, malandro? Não! Foi por justiça”, desabafou. Ele foi liberado após pagar fiança de um salário mínimo.
Por Vanessa Martins, G1 GO
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